A História do Paulista (pós período pré-cabralino, anterior à chegada dos portugueses) começa no ano de 1535, quando o município ainda fazia parte da estrutura de Olinda. O donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, doou ao seu cunhado, Jerônimo de Albuquerque, as terras de Paratibe, em reconhecimento aos serviços prestados por ele à Colônia.
Em 1550, Jerônimo de Albuquerque, por sua vez, doa essas terras ao português Gonçalo Mendes Leitão, que casou-se com sua filha, Antônia de Albuquerque, fruto de seu casamento com a índia tabajara Muíra-Ubi, que adotara o nome cristão de Maria do Espírito Santo Arcoverde. Nessas terras, Gonçalo Mendes Leitão construiu um engenho-d’água com o nome de Paratibe (segundo Alfredo de Carvalho, é corruptela de PIRA-TY-PE, nos peixes brancos, nas taínhas), uma capela dedicada a Santo Antônio e um grande sobrado para sua residência, além de outras obras indispensáveis a um estabelecimento agrícola.
A capela de Santo Antônio foi concluída, em 1559, coincidiu de passar por Pernambuco, a caminho da Bahia, o bispo eleito do Brasil, D. Pedro Leitão, irmão de Gonçalo Mendes. Hospedado na casa de seu irmão, em Paratibe, o bispo celebrou o ato solene da bênção da capela, cerimônia à qual compareceu Jerônimo de Albuquerque. Com a morte de Gonçalo Mendes, alguns lotes de terra foram vendidos, passando grande parte daquela propriedade para o domínio de outras pessoas.
Em 1555 era fundada a primeira freguesia. Após alguns anos, a propriedade de Paratibe passou a denominar-se Paratibe de Cima, sendo esta parte desmembrada, cabendo a um dos filhos de Gonçalo Mendes, que levantou um engenho e deu ao mesmo o nome de Paratibe de Baixo.
Nessa época, o Coronel Francisco Berenguer adquiriu, a titulo de compra, uma porção de terras em Paratibe de Cima, que se estendia até o riacho “Lava-Tripas”, fundando o Vínculo de Paratibe. Tal área abrangia os terrenos “Cova da Onça”, bem como os sítios do “Viana”, “Ferraz” e “Mirueira”, além de toda a extensão desde a estrada pública até o lugar denominado “Água do Curral”.
Posteriormente, o engenho Paratibe de Baixo e toda a propriedade de Maranguape pertenceram ao mestre de campo João Fernandes Vieira, que construiu ali um sobrado para sua residência e uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres em 1656 (há controvérsias), que hoje se encontra em ruínas, após ser inutilizada por um incêndio em 1957.
Após a morte de João Fernandes Vieira (10 de janeiro de 1681), Dona Maria Joana César, viúva dele, fez escritura de dote para uma filha natural de João Fernandes, de nome Maria Joana Cezar, por seu casamento com o Capitão-Mor Jerônimo Cezar de Mello.
Com o falecimento de Dona Maria Cezar, ocorrido em 1689, o Coronel Francisco Berenguer, irmão da falecida e testamenteiro, vende o engenho Paratibe de Baixo para Manoel Alves de Moraes Navarro, um mestre-de-campo, natural da Capitania de São Paulo, de onde veio comandando um terço de primeira linha para a chamada “Campanha dos Palmares”.
Naquela época, era muito comum o uso da expressão: “vou para o Engenho do Paulista” ou “venho de Engenho Paulista”, o que originou, mais tarde, o povoado do Paulista, Vila do paulista e a partir de 1935, município do Paulista.
Fato marcante na história de Paulista ocorreu a 20 de maio de 1817, quando o padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, participante da Revolução Pernambucana, suicidou-se ao ver a causa perdida. Seu cadáver, sepultado na capela do Engenho Paulista, foi desenterrado e mutilado; a cabeça, separada do tronco, foi levada para o Recife e colocada no pelourinho por ordem do almirante Rodrigo Lobo, comandante da esquadra enviada da Bahia pelo conde dos Arcos, para reprimir o levante.
No século XVIII, por ordem do Rei de Portugal, foi edificada a fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, em Pau Amarelo, local onde se dera em 1630, a invasão dos holandeses, permanecendo como referencial histórico.
AS FASES DO POVOAMENTO DO PAULISTA
A primeira leva populacional situa-se no longo período de ocupação territorial, quando indígenas, portugueses, holandeses disputaram espaços na área onde hoje situa-se nossa cidade.
A segunda grande leva populacional situa-se nas primeiras décadas do século XX, com o processo de industrialização fomentado pela família Lundgren.
A terceira onda, coloco nas décadas de 70 e 80 do século XX, com a construção dos grandes parques habitacionais - Jardim Paulista, Maranguape, Arthur Lundgren.
E a quarta grande onda estamos vivendo agora, com vários empreendimentos imobiliários sendo construídos, ou já construídos, em sua maioria formada por apartamentos (chama a atenção o processo de verticalização da ocupação espacial urbana, mais população, porém em menos área ocupada).
Convém citar que a segunda e a terceira ondas migratórias tem um ponto de convergência, ambas estão relacionadas à necessidade de formar um grande contingente populacional para formação de mão-de-obra farta e consequentemente barata para a indústria local.